Diabetes e prótese peniana: entenda a relação

Vamos entender a relação entre Diabetes e Prótese Peniana? Pacientes diabéticos que vão se submeter a procedimentos cirúrgicos precisam de mais atenção na hora de tratar a impotência.

 

Diabetes e Prótese Peniana tem uma relação maior do que você pode imaginar. Você sabia que o Diabetes é um dos principais causadores dos problemas de ereção? Infelizmente a associação entre essas duas condições é mais comum do que se imagina. Mas afinal, por que isso acontece? Como tratar o problema de ereção?

A primeira coisa que devemos lembrar é que o Diabetes está relacionado ao aumento da quantidade de açúcares no sangue. Veja, a grande questão aqui é que o descontrole dessas taxas provoca danos no funcionamento dos vasos sanguíneos e nervos. Isso consequentemente poderá causar uma Impotência Sexual.

Uma ereção de qualidade está diretamente relacionada ao fluxo de sangue dentro do pênis, é isso que faz o seu “melhor amigo” ficar rígido. Por isso é importante que os vasos sanguíneos e os nervos que dão sensibilidade na região genital estejam saudáveis. Claro que a erotização e um estímulo sexual adequado também é fundamental, assim como manter os exames hormonais sempre em dia. Muitas vezes o problema de ereção está relacionado à taxas de hormônio (altas ou baixas). Neste caso, podemos citar alguns exames como Testosterona total e livre, Prolactina, LH e FSH, TSH e T4 livre.

Em alguns pacientes, o déficit de ereção também pode ser um efeito colateral dos medicamentos utilizados no tratamento do Diabetes. Caso o problema de ereção esteja no início, todos estes detalhes podem ser acompanhados pelo Urologista Geral que já o acompanha.

Se você já sofre deste problema há algum tempo, ou tenha tido mais de um episódio de falta de ereção, sugiro procurar um Especialista. Caso seja do seu interesse, responda este formulário para que eu possa orientá-lo da melhor maneira. Estou aqui para ajudá-lo!

O que é diabetes?

Na maioria das vezes em que falamos de diabetes, estamos nos referindo ao tipo 2 da condição. 

O diabetes tipo 2 é uma disfunção do sistema endócrino (responsável por produzir e secretar diversos hormônios) em que o controle de glicose (açúcar) é prejudicado. 

A condição eleva a concentração de glicose no sangue devido a problemas com a secreção ou ação da insulina. Esse hormônio tem a função de regular a entrada de glicose para as células do organismo. 

Quando a concentração de açúcar é superior à ideal, há reflexos no metabolismo celular, causando degeneração vascular e nervosa.

O quadro está associado ao aumento de peso e obesidade, e acomete principalmente adultos a partir dos 50 anos.

Diabetes causa disfunção erétil? 

O mecanismo da ereção depende da circulação. Em pacientes saudáveis, na hora H, o pênis é preenchido por uma certa quantidade de sangue. 

Porém, como o descontrole da glicose afeta a vascularização de todo o corpo, a disfunção erétil pode, sim, ser uma consequência do diabetes. Nesse caso, os vasos sanguíneos não conseguem transportar sangue o suficiente para a região para que haja uma ereção.

Alguns pacientes relatam, ainda, perda de sensibilidade devido à concentração de glicose no sangue. Ou seja, a sensação de prazer e o orgasmo não são mais os mesmos. 

Dados sobre a Diabetes e Prótese Peniana

A disfunção erétil (DE) é definida como incapacidade persistente de obter ou manter uma ereção satisfatória para a atividade sexual. Apesar de ser muito comum entre a maioria dos homens em algum momento da vida, a disfunção atinge com uma frequência maior as pessoas com diabetes – e pode manifestar-se 5 a 10 anos mais cedo. Estudos internacionais apontaram que 50% dos homens relatarão algum episódio de DE nos seis primeiros meses após o diagnóstico de diabetes. Mesmo assim, essa condição pode ser bem controlada em quase todos os homens portadores da doença.

O problema é muito mais comum em quem tem 45 anos ou mais. Acima dos 50 anos, as chances de um homem com diabetes ter problemas de ereção é de aproximadamente 50-60%; acima de 70 anos, chega a 95%.

Fonte: http://www.diabetes.org.br/

Impotência sexual e tratamentos clínicos

Antes de falar mais profundamente sobre este tópico, sempre procuro alertar meus pacientes sobre alguns pontos muito importantes:

  • Uma parte essencial do tratamento consiste em gerenciar a glicemia, a pressão e o colesterol, além de abandonar o cigarro e fazer exercícios regularmente. A saúde sexual está diretamente ligada à sua saúde e bem estar;
  • Sempre converse com um médico antes de iniciar qualquer medicamento, a automedicação é um risco que você não precisa correr;
  • Considere convidar a parceira(o) para discutir as opções de tratamento, se você possui um relacionamento estável isso fará uma grande diferença.

Medicamentos como Sildenafila e Tadalafila são inibidores de uma enzima chamada fosfodiesterase tipo 5. Isso quer dizer que eles atuam promovendo o relaxamento dos tecidos no interior do pênis, condição que facilita a vasodilatação necessária para obtenção da ereção. 

Há ainda outras possibilidades com bons resultados na medicina, como injeções que promovem a ereção. Mas conforme mencionei, é importante ter orientação e acompanhamento médico para o uso seguro dessas medicações.

Foto onde mostra o Dr. Paulo Egydio simulando a aplicação de uma injeção peniana em um pênis de borracha.

O paciente diabético está liberado para usar esse tipo de medicação, desde que faça o controle dos níveis de glicose no sangue e tenha acompanhamento médico adequado.

Para os homens que estão tentando entender a relação entre Diabetes e Prótese Peniana, o tratamento medicamentoso funciona bem, porém com o tempo o resultado pode diminuir. Cada paciente se adapta de maneira diferente, muitos relatam efeitos colaterais como azia, rubor facial, dores de cabeça, entre outros.

Tratamento cirúrgico e prótese peniana

Antes de considerar o tratamento cirúrgico, precisamos levar alguns pontos em consideração:

  • O Diabetes está altamente associado a casos de diminuição do tamanho e do calibre do pênis, pois favorece o surgimento de fibroses.
  • Muitos pacientes não conseguem identificar esta perda de medidas no pênis, devido à má qualidade ou total falta de ereção;
  • A maneira mais precisa de diagnosticar a impotência sexual é através de um Exame Funcional do Pênis, com ereção induzida artificialmente e ultrassom colorido. Com isso é possível avaliar o fluxo sanguíneo, as estruturas internas do pênis e se existem placas de fibrose (que fazem o pênis afinar, curvar ou reduzir de tamanho);
  • Fique atento! Caso seja realizado somente uma prótese peniana, sem a recuperação de tamanho, o paciente poderá ficar com o pênis menor e/ou mais fino. Por isso, para alcançar a expectativa do paciente com o implante, é fundamental fazer a reconstrução peniana no mesmo procedimento em que é colocada a prótese.

A falta de resposta aos medicamentos orais pode levar à indicação de tratamento cirúrgico, como o implante de prótese peniana. Em alguns casos, os pacientes experimentam injeções intracavernosas, mas não se adaptam às aplicações. Nesses casos, a prótese peniana se apresenta como uma alternativa aos tratamentos clínicos.

A prótese peniana é projetada para complementar a rigidez vertical do pênis, garantindo que o membro não dobre ou escape durante o ato sexual. É uma opção segura para homens que sofrem de disfunção erétil, incluindo diabéticos.

O implante de prótese peniana em homens diabéticos é uma opção segura e eficaz para restaurar a função sexual. É importante destacar que, para garantir a segurança do procedimento, medidas de controle do diabetes devem ser tomadas antes, durante e após a operação.

Como preservar os corpos cavernosos

Não há necessidade de remover os corpos cavernosos (esponja do pênis) para colocar a prótese peniana.

Para implantar e preservar ao máximo os corpos cavernosos, o ideal é criar túneis na região mais periférica dos corpos cavernosos, abaixando a esponja.

A vantagem de preservar esse tecido esponjoso é que o paciente ainda terá um enchimento residual do pênis perante o estímulo sexual – a chamada tumescência. Por sua vez, o implante vai garantir a resistência vertical para evitar escape na hora H. 

Melhor prótese peniana para pacientes diabéticos

Símbolo de versus representando uma batalha entre prótese maleável do lado esquerdo e a prótese inflável do lado direito.

A escolha do modelo de prótese peniana em diabéticos respeita o mesmo processo e leva em consideração os mesmos fatores que os demais pacientes. 

É importante contar com a avaliação do urologista para entender como está a anatomia do membro (tamanho e calibre) e se há a presença de fibroses – homens com diabetes tendem a apresentar mais fibroses. Para isso, exames como ultrassonografia com Doppler e o teste de ereção fármaco-induzido (TEFI) devem ser realizados.

Com essas informações, o médico poderá definir se o paciente de fato tem indicação cirúrgica e qual modelo de prótese indica ao paciente, a maleável ou a inflável. 

Além disso, existem próteses que possuem uma camada de antibiótico em sua composição. Isso é muito benéfico para esses homens, pois conseguimos minimizar o risco infeccioso, que é aumentado em quem tem diabetes e quer uma Prótese Peniana. 

O enchimento residual deve ser considerado. Homens que têm a esponja preservada podem implantar a versão maleável, já aqueles que estão com o tecido prejudicado também podem ter bons resultados com o implante maleável – desde que seja feita a reconstrução peniana antes – e com o implante inflável.

A decisão é sempre tomada em conjunto com o paciente, ainda na fase dos preparativos para a cirurgia, para que o melhor resultado seja possível, com o menor índice de complicações. 

Riscos da cirurgia para pacientes diabéticos

Toda cirurgia apresenta riscos, seja para a população diabética ou não. Porém, quem apresenta a condição possui risco aumentado para algumas complicações.

Sabemos que pacientes diabéticos apresentam maiores chances de infecções, que é baixo quando os devidos cuidados são tomados.

Há o risco de extrusão da prótese peniana, e também contamos com medidas para evitar. Para inserir um implante mais longo, por exemplo, é preciso reconstruir o pênis com a técnica das incisões geometricamente calculadas e dimensionar o implante sobre o tecido expandido. Apenas colocar um implante maior, sem que o pênis tenha passado pela reconstrução, não vai tratar as fibroses nem aumentar o pênis. 

O médico também precisa avaliar os tecidos do interior do pênis. Se eles estiverem frágeis, podem contribuir para a extrusão. Para evitar que isso ocorra, fixar com pontos o implante vai minimizar o risco.

Já para evitar a glande caída, a solução é, no intra-cirúrgico, criar espaço para o implante chegar abaixo da cabeça do pênis. Assim, a glande terá suporte para essa região. Nesse caso, é preciso escolher o tamanho do implante para o pênis reconstruído tendo em vista essa necessidade.

Além disso, para não correr o risco de não haver firmeza o suficiente no membro após a operação, temos que avaliar as questões biomecânicas. Por exemplo, ao colocar a prótese maleável em um pênis mais longo, o modelo deve ser mais calibroso. Já o cilindro inflável não pode encontrar restrições, como fibroses, para expandir na hora em que for acionado.  

Cuidados com o implante peniano em portadores de diabetes

Os pacientes diabéticos precisam de atenção especial quando se trata de cirurgias urológicas, especialmente a prótese peniana. Devido ao alto risco de infecções bacterianas e fúngicas, os médicos precisam adotar cuidados rigorosos tanto no pré-operatório quanto no intra-operatório. Isso inclui a administração de antibióticos e a irrigação com solução antibiótica para prevenir potenciais infecções.

Ao seguir esses procedimentos, o implante de prótese peniana em pacientes diabéticos é considerado seguro e pode ajudar a restaurar a vida sexual. No entanto, é importante ressaltar que a infecção pós-operatória ainda é uma complicação temida, principalmente em cirurgias penianas. Por isso, os médicos precisam ser cuidadosos e monitorar o paciente de perto durante o período pós-operatório para prevenir e tratar quaisquer complicações que possam surgir.

Em resumo, os pacientes diabéticos que estão considerando a cirurgia de prótese peniana devem procurar um médico urologista experiente e seguir as orientações do profissional. Com os cuidados adequados, é possível realizar a cirurgia de forma segura e obter benefícios significativos para a vida sexual.

Recomendações para implante peniano em pacientes diabéticos

  • Controle adequado do diabetes (mantendo o controle do açúcar adequado), para minimizar o risco infeccioso e melhorar a cicatrização;
  • Somente operar quando a pele estiver íntegra. Uma infecção, deve ser ser tratada antes da cirurgia;
  • Se a vascularização dentro do pênis (detectada com exame específico) estiver baixa, poderão ser usados medicamentos vasodilatadores junto com o implante, para favorecimento da chegada de mais sangue com antibióticos dentro do pênis, para a diminuição do risco infeccioso, melhora da cicatrização e melhor resultado da cirurgia;
  • Utilização de implantes específicos com antibióticos agregados. Alguns modelos de prótese já vem com revestimento de antibióticos de fábrica e outros vem com dispositivo de poros para penetração de antibióticos, onde o cirurgião mergulha o implante em solução antibiótica para absorção da mesma. Então é importante usar os implantes específicos em pacientes diabéticos, para a minimização do risco infeccioso, melhora da cicatrização e melhor resultado da cirurgia;
  • Uso de técnica “No Touch” que não toca na pele ou minimiza o risco do implante tocar a pele, pois se houver bactérias isso pode causar uma infecção. Esta associação de cuidados técnicos, bem como a utilização de implantes com cobertura de antibióticos, raspagem dos pelos pubianos dentro da sala de cirurgia pelo próprio médico e também a higiene adequada do paciente, certamente irão contribuir para a redução no risco de infecção;
  • Uso da Técnica Egydio – Realização da reconstrução peniana, com Alongamento e Recuperação do maior Tamanho e Calibre do pênis, até o limite possível dos vasos e nervos. Grande parte dos diabéticos que precisam de implante tem o pênis menor, pois a doença favorece desenvolvimento de fibroses, redução do tamanho, afinamento e/ou curvatura. Somente o simples implante da prótese deixaria o pênis muito pequeno e o paciente muito insatisfeito.

Como sei que preciso de uma prótese peniana?

Diabetes e Prótese Peniana tem uma relação maior do que imaginávamos mas implantar uma prótese peniana em diabéticos é uma forma de resgatar a vida sexual do paciente. Se os seus níveis de glicose não estão sob controle, você também pode agendar a sua consulta (use o WhatsApp) e conhecer essa possibilidade, que com certeza vai mudar a sua vida.

Dr. Paulo Egydio

Médico PhD em Urologia pela USP, CRM 67482-SP, RQE 19514, Autor dos Princípios Geométricos (conhecido como “Técnica de Egydio”), além de outros artigos e livros cientifícos na área. Professor convidado para ministrar aulas e cirurgias ao vido, em congressos no Brasil e Exterior.

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